sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Reverências ao Mar


Era tarde da noite quando Flora decidiu fazer sua apreciação noturna do mar. Gostava de ficar deitada, com os olhos fechados, escutando o mar bater nas pedras.

Ao chegar à sua pedra preferida, próxima a maré e, pode-se dizer que tinha o formato de um coração, fez todo o seu ritual: uma reverência à pedra, outra em direção ao mar, pulou pra cima da pedra com os pés juntos, deitou-se pedindo licença para todas as criaturas ali presentes e fechou os olhos para entrar em seus longos devaneios.

Viu-se flutuando acima do mar, seus pés mal tocavam aquela água gelada, quando acordou subitamente devido a um estrondo; era a maré que tinha subido e se chocava ferozmente contra as pedras. A água subiu tanto que estava ao ponto de cobrir todo o seu corpo, então um homem agarrou Flora e puxou-a para longe daquele fenômeno.

Quando Flora virou-se para trás viu que não tinha ninguém. Mas tinha certeza de que havia sido puxada! Se não fosse por ele estaria lá embaixo, chocando-se contra as pedras. Ou foi parte de seu sonho?! Flora não sabia o que pensar, então, como tinha sido interrompida e salva daquele estranho fenômeno, decidiu sair dali e caminhar na praia.

No caminho, a beira mar, viu alguma coisa flutuando na margem, ao se aproximar, viu que era um homem. Tirou-o de lá, puxando-o com muita força para longe da água. Ela chamava-o, mas ele não respondia; deu umas batidas no seu rosto, mas de nada adiantou, o homem ficava ali imóvel. Gritou pedindo socorro, porém, não houve nenhuma resposta, era muito cedo para ter alguém acordado na região. Flora afastou-se temendo o pior e naquele instante o homem abriu os olhos olhando diretamente para ela. Flora entrou em choque, não sabia o que fazer. O homem sussurrou algo, então, Flora se aproximou para entender melhor. Não havia entendido o significado daquelas palavras e quando decidiu perguntar-lhe do que se tratava, o homem já não a olhava mais e nem se mexia. Flora saiu correndo. Correu até não agüentar mais.

No final no dia, após Flora ter corrido vários quilômetros em qualquer direção, voltou à praia e caminhou em direção ás pedras, passou pelo local do ocorrido mais cedo e notou que o homem não jazia mais ali e ninguém parecia se importar com o fato.

Chegou até sua pedra preferida, mas preferiu não subir nela, não estava no clima e tudo aquilo estava confuso em sua mente.

Caminhou na direção oposta à pedra de coração, chegando quase ao final do rochedo. Passou pela parte mais difícil de todo aquele caminho; por um segundo jurava ter visto o recém - falecido – homem e nesse mesmo instante escorregou e caiu no chão. Ao se levantar, caminhou até um ponto mais seguro e sentou-se. Durante toda aquela noite flora continuou a pensar naquele homem, mas nada pode concluir sobre esse fato e acabou dormindo imersa em seus pensamentos.

No horizonte, o sol nasceu num tom amarelo-rosado e Flora acabou acordando devido àquela incidência em seu rosto. Passado um tempo, Flora fez uma reverência em direção ao mar, pedindo a ele que tomasse conta daquele homem.

Desde então, Flora decidiu não pensar mais sobre o assunto e que daquele dia em diante continuaria a apreciar a imensidão do mar em seu velho ritual.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

-- Desabafo --

[Após uma longa ausência, estou eu aqui de volta para avisar-lhes que estou viva e de volta ao Planalto Central.]

Eu tinha noção de que era difícil escrever, mas tem ora que parece que a coisa não vem, ou quando vem não gosto, sei lá!!!!! E como preso a integridade desse blog, não quero postar qualquer coisa q nem faço no fotolog... so que tem hora que fica very hard!!!!!
Eu fico admirada com o Rafael, considero-o um monstro da escrita, daonde ele tira tanto asssunto e sempre bem escrito?!?!?!??!? Bom, fica aqui dito que pra mim ele é um monstro, não tem outro papo.

=D

[Volto já com um conto que está em andamento]